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No início desta semana, dia 12 de Janeiro, deu-se a primeira morte da minha vida. A minha avó paterna, às 6h da manhã, fechou os olhos para não os abrir mais. Foi a primeira coisa que ouvi ao acordar: "A tua avó morreu."
Sei que vai ser a primeira de muitas mortes e que tenho de começar a superar isto, mas neste momento sinto-me apenas vazia. Ela já estava muito doente, já há uns anos que não se levantava da cama, não reconhecia ninguém, não falava e mal comia. Estava debilitada e no fundo, já todos sabíamos que um dia isto seria inevitável. Mas nunca pensei que fosse agora que isto fosse acontecer. Nós nunca pensamos.
O que me custa mais não é propriamente a morte em si, porque o facto de a minha avó ter estado doente, já desde que eu era criança, e de ter Alzheimer, não se recordando de quem eu era, faz com que a nossa relação não tenha sido a mais próxima. No entanto, gostava muito dela e custa-me olhar para o meu pai e para os meus tios, esses que a conheceram no estado em que ela era verdadeiramente ela, que passaram estes últimos dias abafando o choro e tentando ser fortes pela minha geração.
O funeral foi horrível. Ver a minha avó pela última vez antes de o caixão ser fechado e de o terem colocado debaixo da terra, junto ao do meu avô, é uma imagem que nunca vou conseguir tirar da cabeça.
Que descanses em paz, avó. Espero que estejas num sítio melhor e que em breve nos vejamos outra vez, seja neste mundo ou no próximo. Dá força ao pai e aos tios para que consigam prosseguir, continuando a sorrir com o que de bom se encontra nas suas vidas.
E agora, apenas espero conseguir avançar com a minha vida depois disto. Tenho imaginado o que seria se outras pessoas na minha vida morressem e só me apercebi que daqui a algumas mortes a minha vontade de viver acaba, de certeza. Agora, é rezar para que a próxima não venha tão cedo.