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Esta semana, na secretaria da minha antiga escola, assisti a uma discussão que me mostrou realmente a qualidade e organização do nosso sistema educativo. Qual foi a minha surpresa quando me dirigi lá com o intuito de recuperar parte do meu processo que não chegou à escola para a qual pedi transferência (ridículo) e me deparei com uma multidão de pais incrédula porque os seus filhos, alunos do 1º e 2º ciclos de escolaridade, não tinham sido colocados naquela escola. Com irmãos mais velhos no mesmo agrupamento e vistos de residência/emprego na área de preferência da escola, não compreendiam quais os critérios a que se tinha dado importância na escolha dos alunos e queixavam-se uns para os outros, tentando decidir se deveriam fazer algum tipo de petição ou pedido para que esta situação fosse explicada.
Uma mulher, farta de falar sobre algo que sabia que não se ia concretizar (porque esse tipo de coisas fica sempre pelas queixas, nunca mais do que isso), perguntou:
- Então, para onde é que eles vão agora?
Ninguém lhe soube responder. Os processos dos alunos foram perdidos e não se encontram em nenhuma das 5 escolas das respectivas listas de preferência. E, enquanto estes processos andam perdidos, as escolas vão enchendo e ficando sem vagas.
Estes pais andam durante todo o ano a pagar uma zona mais cara, com o intuito de que os filhos andem numa das melhores públicas, para que depois os vejam a ser colocados noutra escola. Quando abandonei o edifício, ainda ouvi alguns a discutirem sobre em que colégio havia a possibilidade de inscreverem os filhos. Estavam completamente desesperados por não saberem se iriam parar a uma escola qualquer atribuída pelo Estado porque, entretanto, a questão já nem era ficarem colocados ali, na primeira opção, mas sim numa das 5 escolas de preferência. Os funcionários estavam desesperados a acalmar-lhes os ânimos e a tentar descobrir onde é que foi parar toda a papelada. E a direção? Essa, estava de férias. How surprising.